Hoje é o dia da mulher,
Mas todo dia é dela.
Pois tem uma luta diária,
Sem ter tempo na janela.
Ela lava, passa, cozinha,
Cuida e mantém a ordem.
Cuida dos filhos sozinha,
E não deixa desordem.
Ensina os deveres de casa,
Faz escovar bem os dentes.
Esta mulher sempre arrasa,
Perto de todos parentes.
Põe todos para dormir,
Sem esquecer de orar.
Não adianta nem insistir,
Todos têm que acostumar.
E ainda tem extra jornada,
Pois também trabalha fora.
Descartou qualquer balada,
Como nos tempos de outrora.
Apesar de ter pouco tempo,
Continua ainda bem vaidosa.
E mesmo tendo contratempo,
Procura se manter charmosa.
Fátima de Paula
Que coisa mais cansativa,
Procurar uma moradia.
É net, jornal, propaganda,
Assim eu passo meu dia.
É uma busca constante,
E sem nenhum resultado.
Não vejo nada que serve,
Está muito ruim o mercado.
A cada dia diminuem o tamanho,
Parecem com caixa de fósforos.
Eu sei no trabalho eu ganho,
Mas não vejo nada que eu aprove.
A minha luta continua,
Não sou fácil de desistir.
Continuo andando pela rua,
E sempre irei persistir.
Fátima de Paula
Na minha vida por tudo já passei,
Eu não tenho mais esperança.
De tudo que vivi e sonhei,
Só resta mesmo a lembrança.
Hoje está tudo mudado,
Eu nem mais me reconheço.
Nosso sonho ficou no passado,
Isso eu sei e eu não mereço.
Por que deixar de lutar,
E entregar os pontos.
Se sempre irei sonhar,
Eis a causa dos meus prantos.
Amanhã será novo dia,
Poderá então tudo mudar.
Voltar toda minha harmonia,
Sem mais ficar a lamentar.
Fátima de Paula